Materiais do Ministério de Educação do Brasil: das concepções de linguagem às políticas linguísticas para o ensino de surdos - (2019)
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José Anchieta de Oliveira Bentes, Rita de Nazareth Souza Bentes
Volume: 32 - Issue: 1
Resumo.
Neste artigo, o tema em discussão é a política linguística do governo federal por meio dos
materiais didático-pedagógicos direcionados à formação de professores do ensino de
língua para surdos. A questão problema é: qual concepção de ensino de língua
predominou como política oficial nesses materiais? O objetivo é contextualizar e analisar a
política linguística proposta nesses materiais, indicando as mudanças que ocorreram,
conforme os discursos constitutivos. Trata-se de uma pesquisa centrada na perspectiva
dialógica da linguagem de Bakhtin e do Círculo, em especial, na concepção de linguagem
de Bakhtin (2016) e Volóchinov (2017). O percurso metodológico: contextualização da
política educacional da publicação dos 4 materiais didático-pedagógicos do MEC, entre
1979 e 2010; e, análise dos discursos oficiais destes a partir das categorias concepções
de linguagem e política linguística. Os resultados indicam que a primeira política
linguística a concepção de língua na educação especial, adotada, entre 1979 e 1995, é
baseada na reabilitação da fala e da escrita; a segunda, entre 1997 e 2002, é baseada na
gramática de Língua Portuguesa e da Língua Brasileira de Sinais - Libras por meio de sinais, frases e diálogos em contextos; a terceira, entre 2003 e 2010, é baseada na leitura
e produção de textos em Língua Portuguesa como L2, tendo a Libras como L1; a Língua
Portuguesa escrita e a Língua de Sinais estão correlacionadas no espaço de Atendimento
Educacional Especializado (AEE), como política de inclusão nas redes públicas de ensino.
Keywords: política linguística, educação de surdos, educação bilíngue
Idioma: Portuguese
Registro: 2024-08-17 14:52:39
https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial/article/view/38402/pdf