BID e as recomendações para o Ensino Médio: a educação a que distância? - (2023)

Acessos: 34

Cecilia Carmanini de Mello, Joana D'Arc Germano Hollerbach

Volume: 48 - Issue: 1

Resumo. Este artigo pretende analisar o documento “Reforma de la educación primaria y secundaria en América Latina”, publicado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em junho de 2000. Objetiva-se perceber a influência de órgãos internacionais nas políticas educacionais no Brasil a partir da análise do documento, valendo-se também de pesquisas que estudaram outras agências de financiamento. Dessa forma, emprega-se uma análise do documento do BID com a identificação de tópicos relacionados ao ensino médio e à concepção presente no documento para esse nível de ensino. Para tanto, a análise tem caráter documental, acrescida de pesquisa bibliográfica, no esforço por compreender o campo de pesquisa e por aprofundar nas discussões realizadas por outros pesquisadores. No documento, a tecnologia aparece como uma forma de melhorar a qualidade do ensino, sem que, contudo, seja explicitado como se fará isso. Conclui-se que, diante da desigualdade que marca a educação brasileira, apenas os jovens pobres seriam submetidos à Educação a Distância (EaD). Como tentativa de dirimir essas desigualdades, o BID defende parcerias público-privadas e a extensão da EaD para os menos privilegiados ou para aqueles que vivem em regiões de difícil acesso. Diante de todo o aparato técnico necessário à produção de materiais e o acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação, o recurso seria mal implementado, não possibilitando uma correta expansão da escolarização, mas talvez a diminuição do número de matrículas e o aumento da evasão. Nessas condições, a dualidade histórica persiste e a exclusão se agiganta.

Keywords: Ensino Médio, Ensino a Distância, BID.

Idioma: Portuguese

Registro: 2024-08-17 14:43:05

https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/64758

10.5902/1984644464758