Quem aprende na Educação Infantil? a escola ensinando a ser boa-mãe - (2010)

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Letícia Prezzi Fernandes

Volume: - Issue: 0

Resumo. Esta pesquisa se propôs a problematizar, através dos Estudos de Gênero e Culturais Pós-Estruturalistas, as relações entre professoras e mães de alunos na Educação Infantil. Entende-se que os discursos da pedagogia, da medicina e da psicologia do desenvolvimento, que fundamentam a formação docente, instituem não só posições de sujeito e identidades de professor/a e aluno/a mas, também, determinadas formas de exercício da maternidade. A partir da análise cultural se problematizam alguns ensinamentos sobre maternidade que tanto são produzidos nas relações escolares, como ao mesmo tempo são configurados. Foi observada uma turma de Educação Infantil, atentando para as práticas discursivas que permeiam as relações entre mães e professora, materializadas através dos bilhetes de agenda e dos contatos na entrada e saída da aula, bem como aquelas que delimitam e atravessam as práticas pedagógicas desenvolvidas, sobretudo na semana do dia das mães. Apesar da ênfase atualmente atribuída à participação da família-mãe na escola, estas são chamadas apenas em momentos definidos e delimitados pela escola e pela professora. De fato, a participação da instituição escolar na valoração e legitimação de determinadas formas de exercício da maternidade é bastante intensa, pois a representação de boa-mãe é definida em sutis falas do cotidiano escolar, onde cenas familiares são suscitadas. Entendendo que essas relações têm efeitos pedagógicos importantes pode se observar que, por um lado elas educam as mães das crianças para exercerem uma maternidade definida como aceitável pela instituição, ao mesmo tempo em que ensinam às crianças como suas mães devem ser. Palavras-chave: Produção de Maternidade. Escolas Infantis. Relação Mães/ Educadoras.

Idioma: Portuguese

Registro: 2024-08-17 14:42:55

https://periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/1489

10.5902/198464441374