Relações de simetria na estrutura de Eu te amo, de Antonio Carlos Jobim e Chico Buarque de Holanda - (2021)
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Carlos De Lemos Almada
Volume: 6 - Issue: 3
Resumo.
Este artigo propõe uma análise detalhada
da estrutura de alturas da canção Eu te amo,
de Antonio Carlos Jobim e Chico Buarque
de Holanda, através de uma adaptação da
metodologia schenkeriana com ferramentas
originadas na chamada Teoria Pós-
Tonal. Busca-se evidenciar as complexas
relações de simetria que caracterizam a
peça, baseadas na interação das classes
intervalares 1, 5 e 6. Após uma avaliação
analítica do texto da canção e de sua forma
poética, o que estabelece uma base para o
subsequente exame das correlações entre
música e poesia, o artigo apresenta uma
discussão sobre os problemas associados
ao emprego da teoria schenkeriana nas
músicas pós-tonal e popular, suportada pela
literatura sobre o assunto (STRAUS , 1987;
LERDAHL, 1989; FORTE, 1995; McGOWAN,
2008; LARSON, 1998; 2009, entre outros). A
análise que se segue revela a extraordinária
infraestrutura simétrica (que se projeta em
diversos níveis de organização) sobre a qual é
construída a canção, o que inclui interações
com o argumento poético. Conclui-se
que, embora não perfeitamente ajustada
aos modelos da Ursatz schenkeriana, a
estrutura complexa e estratificada de Eu
te amo deriva de uma lógica particular,
consistente em relação a exemplares
de similar natureza da obra jobiniana.
Keywords: Simetria intervalar, Jobim e Chico Buarque, Análise Schenkeriana em música popular, Relação texto e música
Idioma: English
Registro: 2024-08-17 14:49:19
https://periodicos.udesc.br/index.php/orfeu/article/view/19176