Resumo. Este artigo tem como objetivo compreender como as relações de poder-saber e os regimes de verdade que transitam na Base Nacional Comum Curricular sobre a Educação Infantil e no Projeto Político Pedagógico de uma escola infantil pública constituem as subjetividades das crianças.  A escola está localizada em uma cidade da região metropolitana do estado de São Paulo e atende crianças de seis meses a cinco anos e onze meses de idade. O referencial teórico está pautado em Michel Foucault, Gilles Deleuze e Félix Guattari, com contribuições de outros autores destas mesmas abordagens. A discussão é iniciada a partir da análise discursiva de ambos os documentos e sugere a sintetização das experiências infantis a uma política reducionista, cujos objetivos a serem atingidos se relacionam a etapas pré-definidas que se pretendem homogeneizar para a educação e para o currículo. A partir deste estudo, na perspectiva da educação maior, é possível observar um governamento sobre a infância, que, no entanto, é naturalmente neutralizado pela ação dos meninos e meninas, por suas vivências e experiências. A educação menor, como ato de resistência, no âmbito de uma micropolítica da sala de aula é o que nos possibilita enxergar as brechas e percorrer caminhos outros, capazes de exercer efeito sobre as ações macro da sociedade.