Resumo. São limitadas as informações sobre a atividade residual de herbicidas aplicados no controle das soqueiras do algodoeiro e o seu potencial para afetar o desenvolvimento e a produtividade do milho semeado na safra seguinte. O objetivo desse trabalho foi identificar o efeito carryover promovido pela aplicação única e sequencial de herbicidas utilizados no controle das soqueiras do algodoeiro e estimar o intervalo de segurança entre o manejo químico da soqueira do algodoeiro e a semeadura do milho. Foram conduzidos simultaneamente dois experimentos em casa de vegetação, um para aplicação única e outro para aplicação sequencial dos tratamentos herbicidas. Os experimentos foram instalados em esquema fatorial 15 x 5, delineados em blocos casualizados com quatro repetições. O primeiro fator foi composto por tratamentos herbicidas e o segundo fator por cinco épocas de semeadura do milho após a aplicação (0, 30, 60, 90 e 120 dias). As parcelas experimentais foram compostas de vasos plásticos com capacidade para 3 dm3 preenchidos com solo de textura argilosa (470 g kg-1 de argila), seco e peneirado. Os herbicidas utilizados foram 2,4-D, glyphosate, saflufenacil, [imazapic+imazapyr], dicamba, fluroxypyr e sulfentrazone. Conclui-se que a aplicação sequencial da maioria dos tratamentos proporcionou um aumento na atividade residual dos herbicidas avaliados. Os tratamentos 2,4-D (1340 g ha-1), 2,4-D + glyphosate (1340 + 720 g ha-1) e 2,4-D + glyphosate + saflufenacil (1340 + 720 + 105 g ha-1) apresentaram os menores intervalos de segurança e foram aqueles que apresentaram o menor risco de afetar o milho semeado em sucessão, mesmo em aplicações sequenciais. Contudo, os tratamentos constituídos pela associação com herbicidas de maior atividade residual no solo como o dicamba, fluroxypyr, sulfentrazone e [imazapic+imazapyr], apresentaram maior potencial de carryover para a cultura do milho, sendo observado intervalo de segurança superior a 94 dias após a aplicação sequencial de 2,4-D + glyphosate + sulfentrazone.