Como não esquecer de viver o presente: um ensaio sobre a espiritualidade do amor - (2018)
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Cassiana Lopes Stephan
Volume: 18 - Issue: 2
Resumo.
Pierre Hadot nos mostra, em suas interpretações sobre Goethe e a tradição dos exercícios espirituais, que o amor verdadeiro possui um potencial transformador, pois corresponde a um exercício do espírito capaz de desvelar o ideal que envolve e constitui a realidade dos amantes. Diferentemente, Foucault explica, através de Baudelaire e da cultura da estética da existência, que a experiência transfiguradora do amor propicia a criação do tempo presente como que por ficção e não pela presença do ideal no real. A partir disso, talvez possamos afirmar que a espiritualidade do amor, concebida por Hadot, residiria na eternização do instante presente e na universalização da alma, cuja beleza articula os amantes idealmente à Natureza. Por outro lado, no caso da estética da existência foucaultiana a espiritualidade do amor concerniria à violação ficcional da condição que ata o si, os outros e o mundo à saudade do passado ou à ansiedade pelo futuro. Sendo assim, neste ensaio vislumbramos (a) pontuar as diferenças entre Hadot e Foucault no que concerne à vivência do tempo presente e à espiritualidade do amor para (b) indicarmos de que modo ambos compreenderiam a movimentação histórica do si e dos outros no mundo.
Keywords: Espiritualidade; Amor; Ideal; Beleza; Ficção.
Idioma: Portuguese
Registro: 2024-08-17 14:45:18
https://www3.ufrb.edu.br/seer/index.php/griot/article/view/907