Relendo Sophie Calle e Jean-paul Thenot: sobre as dificuldades de descrever uma obra de arte - (2020)

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Juliana Proenço de Oliveira

Volume: 12 - Issue: 26

Resumo. Sophie Calle, em Purloined, expôs obras ausentes mediante descrições feitas por funcionários de museus; Jean-Paul Thenot, em Cent lectures de Marcel Duchamp, indagou, a cem pessoas, o que lhes evocavam imagens das obras de Duchamp. A fim de captar a percepção do público de arte em Porto Alegre, os exercícios de Calle e Thenot foram reproduzidos (com adaptações), tendo por objeto três obras da dupla Ío expostas em 2018 no Santander Cultural. Houve, assim, a aplicação de questionários a cem visitantes da instituição, convidando-os a descrever cada um dos trabalhos em uma palavra, bem como a realização de entrevistas orais com seus funcionários, nas quais se pediu que descrevessem as obras. Análises de conteúdo dos dados colhidos indicam, contudo, que a maioria deles não corresponde à definição epistemológica de “descrição”. Este artigo propõe possíveis explicações desse resultado, como os meandros da relação entre imagem e palavra ou a influência de teorias tradicionais sobre interpretação da arte.

Keywords: Descrição de obras de arte, Público de arte contemporânea, Relações entre imagem e palavra, Sophie Calle, Jean-Paul Thenot.

Idioma: Portuguese

Registro: 2024-08-17 14:49:45

https://periodicos.udesc.br/index.php/palindromo/article/view/15391

10.5965/2175234612262020184