Xô, fado! Nacionalismo e antilusitanismo na terra do samba - (2017)

Acessos: 29

Adalberto Paranhos

Volume: 9 - Issue: 22

Resumo. Nacionalismos de todas as colorações políticas pululavam mundo afora durante a década de 30 do século passado. Aqui, do lado de baixo do Equador, não foi diferente. No Brasil, em particular, tanto à direita como à esquerda do espectro ideológico nacional, manifestações de matriz nacionalista se fizeram sentir nos mais distintos campos, inclusive na área artística. Foi a época em que se assistiu à invenção do samba como ícone musical da nação. Em meio a esse processo, certos compositores populares moveram um combate aos estrangeirismos em geral. O fado, terceiro gênero musical “estrangeiro” mais gravado no país, ficou, então, sob a alça de mira de determinados críticos. Um inflamado antilusitanismo chegou a se expressar em estreita ligação com um sentimento antifadista. Este artigo se propõe, a partir daí, a mapear tais manifestações, tendo por foco, sobretudo, a produção do jornalista, poeta e compositor Orestes Barbosa, um dos parceiros de Noel Rosa. Ao mesmo tempo, busca inserir as lutas de representações travadas em nome do samba em redes de interlocução informais que desde o século XIX exprimiam sua hostilidade seja em relação a Portugal ou ao fado. Neste último caso, importa observar que ele enfrentou também sérias rejeições em terras portuguesas até impor-se como “fiel intérprete da alma lusitana”.    Palavras-chave: Fado. Samba. Música Popular - Brasil. Música Popular - Portugal. Lutas de Representações.

Idioma: English

Registro: 2024-08-17 14:54:11

https://periodicos.udesc.br/index.php/tempo/article/view/10289

10.5965/2175180309222017044