O Eugenismo e o Padre José Maurício Nunes Garcia: revisionismo histórico do Beethoven negro - (2022)

Acessos: 49

Pedro Razzante Vaccari

Volume: 7 - Issue: 2

Resumo. Recentemente têm sido aplicadas ao processo histórico revisões em que personalidades notoriamente conhecidas como brancas ou sob a alcunha de “mulatas”, como Machado de Assis, Mário de Andrade e Antônio Carlos Gomes, têm sido efetivamente reconhecidas como de origem afro-brasileira. Termos pejorativos como “mulato” e “pardo” estiveram associados a conotações oriundas da escravidão, quando o Estado brasileiro necessitava eleger símbolos nacionais embranquecidos para exaltar e se tornar um polo industrializado nos trópicos sem o estigma que relacionava negritude com a pecha discriminatória de correntes como o darwinismo social. Um desses símbolos nacionais, além dos supracitados, foi o padre José Maurício Nunes Garcia – cuja germanização passou à história como o “Mozart fluminense”. Ao desmistificar o seu embranquecimento, o objeto deste estudo foi trazer à tona elementos que comprovem que ele fora realmente negro, utilizando para isso a metodologia antropológica, da mesma forma em que discussões recentes mostram que o compositor alemão Beethoven teria ascendência africana.

Keywords: Eugenismo, Padre José Maurício Nunes Garcia, Mozart fluminense, Antropologia, Beethoven negro

Idioma: English

Registro: 2024-10-19 22:36:31

https://revistas.udesc.br/index.php/orfeu/article/view/21896

10.5965/2525530407022022e0202