Resumo. O estudo em questão tem por intuito buscar, em um primeiro momento, explicitar o modo pelo qual a crítica do filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900) se insere na história da filosofia, com ênfase em sua crítica sobre a ideia de Verdade. Como aporte teórico, nos deteremos sobre os textos: Sobre verdade e mentira no sentido extramoral (1873); Além do bem e do mal (1886) e A genealogia da moral (1887). Já em um segundo momento, apontaremos para o filósofo neopragmatista norte-americano Richard Rorty (1931-2007) e sua postura quanto à mesma questão, apresentando suas particularidades e seus conceitos mais fundamentais acerca dessa problemática. Utilizaremos para tal fim os textos rortyanos: Filosofia Como Política Cultural (2009) e Ensaios sobre Heidegger e outros (1999), entre outros. O fio que buscaremos demostrar entre esses dois filósofos passa pela postura crítica que estes apresentam quanto ao modo como se posicionam ante a ideia de Verdade. A iconoclastia nietzschiana e a busca por uma postura edificante e redescritivista rortyana tem como ponto fulcral, a nosso ver, a negação de uma postura estática relativa à forma de se fazer filosofia aos moldes essencialistas e representacionistas. Não estamos, contudo, dizendo que Rorty seja um continuador das ideias propostas por Nietzsche, mas que podemos encontrar pontos de covergências quanto a suas propostas. No terceiro tópico argumentamos que a filosofia nietzschiana apresenta momentos de aproximação quanto à perspectiva pragmatista, bem como distanciamentos.