Resumo. Este texto discute, a partir de uma análise bibliográfica, a decolonialidade como uma importante expertise epistemológica para se trabalhar a Educação das Relações Étnico-Raciais dentro de uma perspectiva antirracista. Considerando o ambiente escolar como um espaço formativo fundamental no que se refere à construção das subjetividades e à constituição identitária dos indivíduos, e que o Ensino de História, ao se utilizar de um referencial eurocentrado em suas práticas pedagógicas, influencia na internalização de um padrão brancocêntrico e hierarquizado por parte dos estudantes, dificultando assim, a identificação de crianças e jovens negros com a sua cor, observa-se a necessidade de revisão de narrativas e do repensar de estratégias e práticas pedagógicas que possam superar os padrões colonizadores que ainda se apresentam no sistema educacional brasileiro, num processo que permita aos estudantes o reconhecimento da diversidade cultural e étnica brasileira de forma positiva. Nesse sentido, o pensamento decolonial tem sido um importante aporte teórico-metodológico, por possibilitar a problematização das estruturas racistas cristalizadas na sociedade, e o reconhecimento de múltiplas formas de ser, pensar e produzir conhecimento.