Sonhar a terra, suspender o céu: políticas do sonho para noites brancas - (2022)
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Francisco Freitas
Volume: 14 - Issue: 34
Resumo.
A pandemia nos colocou diante da iminência do fim do mundo. As imagens do fim se manifestam em sonhos e atravessam o imaginário ocidental. Como o Ocidente pode pensar além de si mesmo? A partir das leituras de Ailton Krenak e Davi Kopenawa, procuramos analisar os sonhos como outra forma de conhecimento e de relação com a realidade. Para isso, dois conceitos são fundamentais na crítica de Ailton Krenak à civilização ocidental: de humanidade e de mundo. A ideia de humanidade homogênea, apartada do mundo, tem levado ao fim dos vários mundos que coexistem na Terra. Pois o mundo já acabou para os povos que foram exterminados. Diante dos fins dos mundos, da queda do céu, podemos aprender com os sonhos yanomamis a suspender o céu como forma de adiar os fins. Assim, a política dos sonhos ameríndios nos fornece outras perspectivas de transformação dos corpos e da realidade na longa noite contemporânea de insônias e pesadelos políticos.
Keywords: Pandemia, Sonho, Yanomami, Ailton Krenak
Idioma: Portuguese
Registro: 2024-10-19 22:36:47
https://revistas.udesc.br/index.php/palindromo/article/view/22262