Do paladar ao potyguês: a transtemporalidade da língua - (2022)
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Mariana Vogt Michaelsen, Alessandra Guterres Deifeld
Volume: 14 - Issue: 34
Resumo.
Se a língua é fascista, pois obriga a dizer (BARTHES, 2013), há outros modos de usar a língua? A língua, aqui, é a que diz, que fala, mas também é a que saboreia e manifesta. Estamos falando (de) duas línguas e um manifesto contra o apagamento de outras tantas. A língua oficial do Brasil, o português, uma marca colonial que os obriga a dizer assim: em português; a língua do paladar, a que degusta e saboreia os alimentos; e, por fim, o Potyguês apresentado por Juão Nyn (2020) como um manifesto do que é possível criar por entre elas. A vogal cardíaca “y” retoma um som sagrado apagado pela língua oficial ao tempo em que saberes culinários transformados em sabores culinários comunicam memórias e nos reconectam com o tempo dos sonhos. Seja pela retomada de cosmogonias, seja pela evocação da memória, ambas propõem outros modos de (des)fazer a língua. Para esta receita: saberes ancestrais, boca, dentes e som. As mordidas de um passado colonial ecoam em outros modos de fazer e de (sub)verter a língua.
Keywords: Paladar, Potyguês, Língua, Tempo dos sonhos
Idioma: Portuguese
Registro: 2024-10-19 22:36:47
https://revistas.udesc.br/index.php/palindromo/article/view/22165