A história do tempo presente, uma história (realmente) como as outras? - (2018)
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Christian Delacroix
Volume: 10 - Issue: 23
Resumo.
Para responder a questão “A história do tempo presente é uma história como as outras”, o artigo relembra que essa história se afirmou e se institucionalizou na Europa e alhures a partir do fim dos anos 1970, sob a pressão de reivindicações memoriais que diziam respeito aos passados difíceis de assumir por parte das comunidades nacionais, “passados que não passam”. Para fazer reconhecer a legitimidade científica da história do passado recente, os historiadores que a praticam deveram argumentar não somente contra as objeções que lhes eram feitas, mas também para tentar identificar a singularidade “temporal” de uma tal história, sobretudo pela existência de testemunhas vivas dos períodos estudados. A história do tempo presente foi um dos vetores principais da promoção das memórias como objeto história de pleno direito, mas do mesmo modo ela se encontrou em “primeira linha” nos debates sobre as relações entre história e memória. Entre as críticas recorrentes dirigidas à história do tempo presente, há as relações ambíguas que ele mantém com as demandas sociais, de tal modo que os seus partidários reafirmaram a sua adesão prioritária com o projeto de objetividade e de verdade comum a todos os historiadores. É, para terminar, talvez em torno da noção de contemporaneidade, entendida como uma exacerbação da presentificação de um passado próximo e vivo, que os historiadores do tempo presente encontram o que faz a sua relativa singularidade no cerne da disciplina.
Palavras-chave: Tempo presente. Testemunho/Testemunha. Fontes Orais. Ontologia do presente. Presentismo.
Idioma: English
Registro: 2024-08-17 14:54:11
https://periodicos.udesc.br/index.php/tempo/article/view/12709